O livro Não, sim, talvez de Raquel Matsushita e Ionit Zilberman (Sesi-SP Editora) está entre os finalistas do 58 Prêmio Jabuti na categoria livro digital.
O livro conta a trajetória de amadurecimento de um menino muito perguntador que, inicialmente, fica contrariado quando há diferentes respostas para uma única questão. O personagem recebe diferentes respostas da mãe e da irmã. A mãe dialoga de maneira concreta e didática, embora não tenha resposta pra tudo. Já a irmã responde de maneira lúdica, ora zombando, ora acolhendo, relação típica entre os irmãos. Com o passar do tempo, o menino se dá conta de como é interessante ter diferentes pontos de vista e transforma-se num colecionador de respostas.
A história enfatiza a importância de adquirir conhecimento para que a criança possa criar a sua própria visão e dar voz à sua verdade. O livro põe em dúvida e expõe a dureza das chamadas “verdades absolutas”, logo na primeira página do livro, com a seguinte pergunta: quantas respostas uma pergunta pode ter?
A narrativa valoriza as perguntas, tão comuns às crianças, e mostra que o aprendizado não é tarefa fácil. Um esforço que vale a pena cultivar desde cedo para que a criança aprenda a pensar e agir por si.
A passagem do tempo é abordada na narrativa verbal e visual ao mostrar o amadurecimento intelectual e corporal do personagem. O livro mostra a relevância de “dar tempo ao tempo” para alcançar respostas genuínas, com reflexão, em oposição à uma sociedade ávida por respostas imediatas, que, muitas vezes, não correspondem à essência do sentimento. Portanto, o tempo aparece como ferramenta essencial a ser considerado para agregar não só o conhecimento geral, mas também de si próprio.
A linguagem visual das ilustrações reforça a ideia de agregar conhecimento, à medida em que as imagens se tornam mais complexas no decorrer da história. No início, as ilustrações possuem fundo branco, com desenhos em uma dimensão (sem volume, sem sombra). Conforme o menino faz as perguntas, as imagens ganham força com o fundo preenchido com a sobreposição de papéis pintados. No final, o personagem alcança uma nova dimensão ao ser desenhado em um papelão e colado nos papéis sobrepostos.
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Mil parabéns, Raquel! Sou sua fã incondicional!!