mínimo múltiplo comum

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Mínimo, múltiplo, comum (Sesi-SP Editora), escrito e ilustrado por Raquel Matsushita, é um livro de contos para o leitor adulto.

Na capa, o lettering do título é carimbado em grande proporção integrando-se com a imagem de fundo, uma gravura impressa em duas cores por toda extensão da capa. Foi aplicado um alto relevo no título, como um queloide de uma cicatriz, invocando o sentido do tato. O formato pequeno do livro é também um convite ao tato. É gostoso de pegar.

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O miolo foi impresso com 1 cor pantone, numa narrativa que se inicia de forma visual com uma sequência de imagens, provocando o olhar do leitor. Nesse sentido, há um estímulo anterior à leitura dos contos, que instiga para um viés sensível, convidando para um outro ritmo de leitura, a partir de uma posição inesperada.

As imagens, numa sequência narrativa abstrata, são gravuras impressas em uma cor no papel pólen bold. A própria tonalidade do papel faz as vezes de uma segunda cor para as gravuras.

O livro termina com uma outra sequência narrativa de gravuras. Os contos, diagramados em forma de texto corrido, encontram-se, portanto, concentrados entre essas duas sequências imagéticas. O leitor, num jogo cíclico, entra e sai da experiência da leitura dos contos por meio de imagens.

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Texto de quarta capa, por João Anzanello Carrascoza

“Eis uma estreia como o sol nascendo, vigoroso, num dia estupidamente de verão: Mínimo Múltiplo Comum. Mínimo: porque agrupa um conjunto de contos de curta extensão, cortantes em seus desfechos. Porque diz o máximo com suas poucas palavras e seus imensos silêncios. Porque as frases, breves mas contundentes, armam com rapidez o cenário das tramas que nos sugam de imediato a atenção. Porque, no mínimo, traz uma nova voz à cena literária brasileira. Múltiplo: porque revela mais uma habilidade de Raquel Matsushita; a de criar narrativas para o leitor adulto, somando-se a seu talento de designer premiada (lindos são seus projetos editoriais) e à sua sensibilidade como autora de obras infantis. E, sobretudo, porque os contos exibem um variado espectro humano – pais, mães, tios, avós, amigos, amantes, flagrados em seus dias ordinários sob a ótica das inevitáveis (e, às vezes, brutas) mudanças. Comum: porque as histórias se alicerçam naquilo que é nuclear da condição humana – os sentimentos de posse, os desencantos, as traições, os embates cotidianos (prosaicos e profundos), e, igualmente, os instantes de comunhão, de contentamento, de êxtase, de alta voltagem erótica. Mínimo Múltiplo Comum: sal para os dias frios e insossos da nossa literatura.”

SER SIMPLES FAZ SENTIDO, posfácio por Jorge Miguel Marinho

“Crônicas ou contos? Nem gênero nem gênese. Melhor chamar de instantes de ficção ou simples questão de acordo literário. Casamento de palavra e emoção poética, feliz encontro de realidade e imaginário, o real em trânsito de comunhão com a fantasia. Ficção centrada em histórias comuns, anônimas e tão familiares, literatura viva e vivida.

Ser simples faz muito sentido.

Raquel Matsushita sente e escreve, casa a linguagem com a vida, extrai da simplicidade de ser e escrever coisas alegres e coisas doídas com forte dimensão humana.

Essência emotiva e emoção na essência.

É assim que acontece a criação literária da Raquel que joga contra e a favor da condição humana, sempre plena de tensão significativa. Poesia prosaica e prosa com poesia, literatura por dentro da realidade, expressão existencial do que acontece de repente. Instantâneos de amor, sentimento de falta, ausência do que pode ser e não é. O acaso de existir.

Registro poético quase sem intermediação, escritora e escritura unidas pelo sentido de encontro e de comunhão.

Paixão, sempre paixão em ritmo de denúncia sofrida por ela que escreve e pelos outros que apenas buscam viver. Ou sobreviver. No fundo e pela força de uma possível poética da simplicidade, permanente promessa de um mundo melhor.

Existência e revelação na palavra literariamente sentida.”

LANÇAMENTO

Todos convidados para um happy hour de lançamento do livro: sexta, dia 26/10/18, a partir das 19h, no bar Canto Madalena. Vem?

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Para ver mais, clique aqui.

2 thoughts on “mínimo múltiplo comum

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