Era uma vez 20 – Pequenas histórias de 10 grandes brasileiras(os) que marcaram o Brasil texto de Luciana Sandroni e ilustrações de Natalia Calamari e Guilherme Karsten projeto gráfico: Entrelinha Design Editora Escarlate
Para quem não pode acompanhar a nossa mesa, está gravada aqui.
Uma honra participar! Obrigada, querida Diana Navas e a todos envolvidos da excelente Pós em literatura da PUC, aos colegas maravilhosos de mesa e a todos que nos acompanharam calorosamente nesse encontro.
Ana Maria Ramos Dora Baseio João Carrascoza Raquel Matsushita Diana Navas
Uma manhã de muito aprendizado para mim! Obrigada a todos.
Quinta, dia 24.09.20, das 9h às 12h, com muita alegria, participo de uma mesa no congresso de Literatura da PUC, ao lado de João Carrascoza, Ana Margarida Ramos, Maria Auxiliadora Baseio, com mediação de Diana Navas. Basta acessar esse link: https://bit.ly/mesa2_dia24
Nos vemos lá. On-line! Gratuito!
As mesas dos dias anteriores estão disponíveis no site do congresso. Vale muito assistir!
O conto Fada do dente, do livro Mínimo múltiplo comum (Sesi-SP Editora) no podcast O Prazer de ler, de Oscar Garcia. Vale muito seguir o podcast, muita gente legal por lá. Convido a todos, com muito carinho!
Repost from @oscargbr1
Acabou de sair! Novo episódio do Podcast O Prazer de Ler! Episódio 31. Fada do dente!!! De @raquel_matsushita! O conto foi retirado do livro: Mínimo múltiplo comum da @sesispeditora Uma bela, reflexiva e sensível história. Dá vontade de ler o livro inteiro!! E que bela obra!!! E Raquel ainda conta de onde veio a inspiração para escrever e ilustrar o livro e muito mais! Boa leitura a todos!
Aqui conto um pouco sobre o processo de criação das ilustrações com tecido para a coleção Monteiro Lobato, com adaptação de Silvana Salerno e Fernando Nuno, da Editora do Brasil.
A Emília foi feita pela tia Nastácia com retalhos de tecidos. A ideia do retalho, metamorfosear sobras em matéria-prima, me agrada muito e foi o caminho que escolhi para criar as ilustrações. Uma espécie de homenagem à tia Nastácia. Foi, portanto, numa loja de tecidos que montei a paleta de cor. Meus lápis foram os fios, arremates e tesoura. Minhas tintas foram os tecidos variados que, desfiados e cortados, se transformaram em vida. Escolhi tecidos de puro afeto, com estampas, transparências e rendas que nos dão novo significado sendo rios, árvores, personagens.
Paleta de cor para Reinações de NarizinhoPaleta de cor para Viagem ao céu
Escolhi duas paletas de cores diferentes para cada livro. O contexto do livro Viagem ao céu pedia cores mais escuras. Além do mais, os personagens mudaram de roupa de um livro para o outro.
Capa
Cortei os tecidos e montei as ilustrações em tamanho natural. Com a ajuda de uma máscara com o formato do livro, me guiei para seguir as proporções do rafe das ilustrações, feitos anteriormente à lápis. O lettering da capa foi inserido depois, digitalmente.
Capa: o tecido reserva espaço para o texto de quarta capaCapa de Viagem ao céu: paleta com cores mais escuras
Corte e recorte
Montei os personagens diretamente nos cenários, quando possível. Quando os personagens entram muito pequenos na cena, fiz separadamente para depois diminuí-los no computador e aplicá-los na cena. O corte com a tesoura não comportou os detalhes quando tentei fazer os personagens pequenos.
Cenário e personagem (quando entrou pequeno)Imagem finalizadaImagem finalizada
Os tecidos não foram colados para que garantissem o volume e a sombra desejados. Depois de montadas, as ilustrações foram fotografadas, tratadas e finalizadas no computador.
Projeto gráfico
Busquei referências visuais das obras de Lobato, desde o tempo dos chamados “livros escolares”. Eram pequenos livros com histórias que ele escreveu e que, mais tarde, foram reunidos num só volume: Reinações de Narizinho, em 1931. Cito algumas referências que encontramos nesse projeto como, por exemplo, o formato. Nosso livro é maior, mas mantém a mesma proporção dos livros escolares. Possui captulares desenhadas, que são também narrativas. Nos textos iniciais e finais usei moldura e adornos, próprios do estilo art deco, assim como na tipografia. Tudo isso são referências, no entanto, como o próprio nome diz, referência é o ato de contar. E assim, ganho a liberdade de contar, à minha maneira, o clássico com uma linguagem contemporânea.
Captulares narrativasArquivo final inserido na página de rosto
A primeira leva da obra reeditada de Monteiro Lobato pela Sesi-SP Editora traz oito livros. Para cada volume, foi convidado um ilustrador. Participaram desse projeto artistas brasileiros e portugueses. Nesse lote, os ilustradores foram: Anabella López, Cátia Vidinhas, David Penela, Guazzelli, Jorge Mateus, José Saraiva e Psonha. O projeto gráfico, criado pela Entrelinha, tem como referência a época áurea dos livros escolares criados por Lobato. O passado histórico foi redesenhado sob um viés contemporâneo.
As publicações dos chamados livros escolares de Lobato (1921 a 1931) foram a base de pesquisa para criação visual dessa coleção. A quarta capa é assinada por Magno Silveira, que deu todo o suporte para a pesquisa iconográfica do projeto.
Na capa, foi escolhida uma tipografia art deco no nome do autor, cujo desenho geométrico é potencializado pelo uso de duas cores. No título, foi aplicada uma tipografia racionalista que cabe para todos os volumes.
Cada livro possui um duo-base de cores trabalhado na capa e no miolo.
A partir das letras ML, foi criado um ex-libris – uma referência da época, conceito de propriedade (este livro pertence a…) –, com espaço para o leitor escrever o próprio nome. Esse ex-libris está impresso na primeira página do miolo.
Aplicação de moldura ilustrada com vinhetas no sumário e captulares marcantes no início dos capítulos – recursos utilizados nos livros escolares do Lobato – também foram transportados para esse projeto.
No miolo, foi aplicada uma tipografia contemporânea e serifada no texto, intercalado por ilustrações de página inteira.
As ilustrações de capa invadem também a quarta capa, trazendo ainda mais o leitor para a cena.
Reuni alguns vídeos que fiz a convite de diferentes pessoas para falar de livros, projeto gráfico, ilustração, cores e aprendizados nessa quarentena. Tem também leituras de livros para ver com as crianças. Sigamos juntos em casa ❤️
Lançamento do livro Enigma do infinito Jacques Fux e eu conversamos sobre literatura, matemática, processo de escrita e ilustração. Com a mediação de Carol Parrode.
Histórias para ver com as crianças Vovô veio do Japão (Cia. das Letrinhas) Claro, Cleusa. Claro, Clóvis (Editora do Brasil)
Dicas de leitura Revista Emília Livraria da Tarde
Entrevista com Claudio Fragata Sobre o livro “O guarda-chuva que desenguardachuvou” (Editora Trioleca). O video foi gravado antes do confinamento, mas publicado na quarentena, para a quarentena:
Conversa com Penélope Martins Sobre quarentena, processo de criação e mediação de livros, ilustração, cores e cozinha.
Processo de criação Sobre o design da coleção Grua Guarda.
Bem-vindo em casa Diagramação da quarentena na sala de casa, para o programa Campos das Artes.
Nasce uma nova editora para oxigenar nossa realidade. O desenho da marca e o design do site foram feitos pela Entrelinha.
A nova editora leva o sobrenome do editor: Faria e Silva. A marca do editor estará, portanto, impressa em todos os livros. A ideia do logotipo como um ex-libris (esse livro pertence a…) traz a presença do editor, como assinatura nos livros escolhidos para compor o catálogo da casa.
Com foco em autores brasileiros, mas não limitado a eles, a editora está alicerçada em quatro eixos editoriais:
Texto em transe – literatura de autores contemporâneos, que tragam alguma disruptura, seja nos padrões estéticos e estruturais do gênero narrativo, seja no tema e teor ético abordados.
Lume novo – literatura dos futuros novos clássicos da literatura brasileira, com autores consagrados e ainda em franca atividade literária.
Tarumã (homenagem a inquebrantável árvore brasileira) – literatura dos autores clássicos e suas obras desconhecidas, seja ficção ou não ficção.
Camaleão – novelas gráficas ou história em quadrinhos autorais, conceituais e com traços e texturas diferenciadas, cada álbum assumirá uma identidade própria, assim também o logo do selo será adaptado a cada álbum.
O primeiro livro lançado na coleção Texto em transe será o Mundos de uma noite só, de Renata Belmonte. Tanto o desenho do selo quanto o projeto gráfico do livro são de autoria da Entrelinha.
A capa traz um relicário e na corrente desse objeto é que a história se mostra. Há, no desenho feito com a corrente, as três irmãs, os filhos, o casamento e as histórias entrelaçadas. Na orelha do livro, no desdobramento do relicário aberto, há uma foto, que pode ser interpretada de diversas maneiras, depois da leitura da obra.
O livro (que é arrebatador!) será lançado em março, o convite segue abaixo e estão todos convidados.
O enigma do infinito, escrito por Jacques Fux e ilustrado por Raquel Matsushita (Editora Positivo) é um livro quebra-cabeça, cujas peças são pura matemática e literatura. Ao pensar no caminho para as ilustrações, mantive a referência dessas duas ciências que o texto traz.
A literatura é narrativa
Fui em busca de uma narrativa visual para os capítulos, que são pílulas independentes, mas possuem um fio condutor. A frase impressa na primeira página do livro dá uma dica ao leitor: “Queria a língua que se falava antes de Babel” (depoimento de Guimarães Rosa). Em seguida, há uma sequência de duas duplas ilustradas com lombadas de livros dispostos numa prateleira. Um deles, é o próprio Enigma do infinito, que se destaca por ser o único a estar inclinado. Entramos, então, na leitura do texto. No decorrer das páginas, o leitor atento percebe que os livros citados no texto são os mesmos dispostos na prateleira.
Cada capítulo ganha uma ilustração de abertura e uma dupla seguinte,
que completa uma mini-narrativa visual (as cores e as captulares me ajudaram
com isso). Temos, portanto, pequenas narrativas dentro de uma história maior.
Retomada da narrativa
O último capítulo traz a biblioteca de Babel como tema. A partir daí, há uma sequência só de imagens, que retoma as lombadas dos livros na prateleira. O enigma do infinito aparece, mas é o livro A biblioteca de Babel (do Borges) que agora ganha destaque pela inclinação. As páginas seguintes revelam, por se afastarem da prateleira, que estamos dentro da própria Biblioteca de Babel. A leitura do livro é, portanto, um passeio pela biblioteca, que contém todos os livros citados neste, que estamos lendo.
Carimbos modulares, combinações infinitas
A referência matemática aparece na geometria e ângulos das ilustrações. As imagens foram feitas com carimbos que fiz numa oficina, gravados a laser, com formas geométricas. Os carimbos são modulares e, por isso, dão margem para infinitas combinações. Com eles, criei imagens bastante figurativas, ainda que, alguns detalhes abstratos, no contexto, são inteligíveis como figura. Usei também carimbos tipográficos como suporte. As ilustrações são repletas de enigmas a serem descobertos pelo leitor.