Correio amoroso

Correio amoroso é uma antologia, organizada por Henrique Rodrigues, editada pela Oficina Raquel Editora, que reúne 20 cartas sobre paixões, encontros e despedidas, com projeto gráfico de Raquel Matsushita. A diversidade de cartas são assinadas pelos autores: ANA PESSOA, BRUNO RIBEIRO, CLOTILDE TAVARES, CRISTIANE SOBRAL, EDNEY SILVESTRE, HENRIQUE RODRIGUES, JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA, JACQUES FUX, JESSÉ ANDARILHO, LUIZA MUSSNICH, MARCELA DANTÉS, MARCELO MOUTINHO, MÁRIO RODRIGUES, MATEUS BALDI, NATALIA BORGES POLESSO, NATALIA TIMERMAN, OLÍVIA NICOLETTI, PAULA GICOVATE, RENATA BELMONTE e TAYLANE CRUZ.

O livro vem encartado numa sobrecapa em forma de envelope, que, ao ser desdobrada, se revela a forma de um coração.

A sobrecapa-envelope traz o poema Todas as cartas de amor são ridículas, de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa), mencionado no texto de apresentação do livro. Em alusão ao poema, a própria forma de coração do envelope traz, propositalmente, um pouco desse “ridículo” do poema.

A disposição do título denota um movimento, algo vivo (e por vezes por caminhos desencontrados) nas histórias de amor. As cores trazem algo pulsante no contraste do rosa com tons de azul e roxo.
A letra O do título, em repetição, cria um padrão no qual se encontram, metaforizados pela letra, pessoas em todo tipo de relacionamento (pares, trios, em grupo), além dos indivíduos que se encontram sozinhos.

Capa aberta com orelhas
página de rosto

No miolo, trechos do poema de Álvaro de Campos se transformam em aberturas de capítulo numa organização conceitual dos textos.

Lançamento no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. SAVE THE DATE

Mais no site da Entrelinha.

O nascimento de uma marca

Como nasce uma marca? Qual o caminho para criar um nome para um selo literário? Neste post, com depoimentos de todas as pessoas envolvidas no processo, você acompanha o surgimento de Maralto Edições.

A tarefa do naming (criação do nome) ficou por conta de Magno Silveira (magnostudio.com.br). Já o desenho da marca, ficou nas mãos de Raquel Matsushita. No entanto, o processo de desenvolvimento da marca foi um trabalho realizado em equipe, com muitas trocas de ideias, ao lado da editora de literatura Cristiane Mateus.

Segundo a editora: “Queríamos um nome com alguma referência literária relevante, mas não óbvia. Precisava dialogar com o símbolo, a metáfora, a abstração. Não poderia ser um nome entregue de bandeja ao leitor. A boa literatura nos escapa, um bom nome deveria seguir essa premissa.”.

A casa editorial publica livros literários para a infância, juvenis e adulto. Sendo assim, a marca deve contemplar todos os públicos.

Parte I – Em busca do nome

Nas palavras de Magno Silveira: “Construir marcas é estimulante e desafiador. A começar pela criação do nome, atividade chamada naming. Como todos os dias surgem marcas nos mais diversos segmentos, dar nome a um empreendimento tornou-se algo que exige um roteiro, uma técnica mínima que seja. Começo sempre pelo entendimento do negócio e pela pesquisa das marcas existentes no mercado – neste caso, nas editoras.

Uma vez entendido o objetivo do projeto, que precisa atender questões como o posicionamento da editora e a gama de leitores que pretende abarcar, é hora de saber a qual categoria o nome deverá pertencer. Basicamente, as categorias de nome são: real, simbólico e imaginário. Atualmente a tendência são os nomes simbólicos ou imaginários. Um dos motivos é que essas são as categorias com maiores chances de se obter registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e nos domínios de internet (site e redes sociais). Os nomes de categoria real, pelo contário: são comuns, pouco criativos e, portanto, mais difíceis de registrar.

Além disto, nomes das categorias simbólico e imaginário são os que proporcionam uma comunicação mais criativa e diferenciadora. Portanto, determinamos que o nome da editora deveria ser da categoria imaginário. Entram em cena dicionários de vários idiomas (tentamos diversos nomes em tupi-guarani, inclusive), romances, poemas… livros, enfim.

Eis que surge, vinda de um poema de Drummond, a palavra Maralto. Inexistente no dicionário, a palavra é uma aglutinação de “mar alto”, alto mar. A sua sonoridade é repleta de lirismo onde a sílaba tônica “-ral” traz o ápice, o alto, o longínquo; e a sílaba átona “-to” colabora para que uma vastidão se estabeleça. Maralto.

Maralto é alto mar onde vaga o leitor, é onde as letras mergulham brincando de peixes reluzentes. Maralto também é editora e livro, um barco capaz de levar a horizontes novos e surpreendentes. Maralto, ainda, é uma enseada tranquila onde livros arriam as velas e aportam.”

Parte II – O desenho da marca

A partir da definição do nome, inicia-se o processo de criação da marca. Na concepção de mar alto, a porção do mar afastada da costa ou do limite à beira-mar, vem a ideia da navegação, da viagem, de um mergulho nas profundezas. Mar alto… é nele, em sua profundeza, onde navega a literatura.

O símbolo da marca, apresentado de forma estilizada, é um peixe, aquele que navega no mar. A associação proposta traz a metáfora do mar como literatura e o peixe como leitor.

A tipografia do lettering tem como base de construção as formas geométricas básicas, sem serifa e alta legibilidade, mesmo quando aplicada em versão pequena.

Foram criadas versões para usos específicos. A versão sem tagline, mais limpa, é aplicada na capa dos livros. A versão com tagline é usada na página de créditos e material institucional. O símbolo é aplicado na lombada e no colofón.

Cores

A marca possui uma cor específica apenas para uso institucional: um azul profundo.

Para a aplicação na capa de livros não há uma cor fixa, ela varia de acordo com o meio colorístico em que se encontra. As cores escolhidas devem sempre garantir boa legibilidade.

Para livros de literatura adulta e juvenil, a marca é aplicada em uma única cor.

Já para literatura para infância, a marca é aplicada em duas cores: uma no símbolo e outra no lettering.

A seguir, algumas capas de livros com a marca aplicada.

Nas palavras finais de Cristiane Matues, “assim, nasceu a Maralto Edições. E para todos aqueles que, além dos livros, amam o mar, sua concretude exuberante, vai no nome que escolhemos um duplo regalo!”

As páginas de Elvira Vigna

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Desconstruir para reconstruir: reflexo de uma página em branco    @Raquel Matsushita

texto e ilustração: Raquel Matsushita

Elvira era uma construtora de literatura, da boa. Tanto da escrita como do desenho. Escreveu romances para adultos e livros para infância. Ilustrou vários livros infantis. Foi reconhecida e premiada em ambas carreiras. Era completa na sua incompletude. Por meio das suas narrativas, ela constrói um leitor ativo. De que maneira? Com a falta, as lacunas que deixa em aberto. Ela nos dá de presente o desafio de pensar. Uma página em branco. Preenchemos tais lacunas, ainda que não todas, com o que nos toca. Há uma intersecção entre o que ela escreve e o que faz sentido para nós, leitores. Sob esse aspecto, compreendemos as palavras dela: “eu escrevo chorando. Não é o motivo principal de escrever sozinha, isolada, mas é um dos motivos. É vergonha, porque de fato escrevo chorando pitangas. Aí, quando a pessoa chega perto de mim e chora também, eu acredito que ela tenha me entendido, e eu entendido ela. A gente está muito próximo.” Elvira não subestima o leitor, ao contrário, confia nele, cria uma parceria cúmplice, chega perto. Ela instiga, provoca e a gente sela essa união.

Quando eu lia o último romance dela, com o qual ela nos instiga já no título – Como se estivéssemos em palimpsesto de putas –, a editora de literatura da Positivo me convidou para ilustrar um livro da autora: Uma história pelo meio, reedição da obra de 1982. Aceitei na hora, pois estava completamente envolvida com Elvira pela leitura do romance adulto. Era como se eu, tão próxima dela, não pudesse negar. O meu desejo era realmente fazer o trabalho, mas sabia que enfrentaria um grande desafio pela frente porque a tal cumplicidade entre ela e o leitor – entre nós duas, portanto –, é uma cumplicidade de dois gumes. Nas palavras dela, “o escritor desestabiliza o leitor, procura fazer com que ele não tenha seus anseios atendidos – pelo contrário, faz com que tenha as suas certezas abaladas. É isso que qualquer arte digna do nome faz: destrói certezas, abre outras possibilidades”. Se no início deste artigo eu disse que Elvira constrói, agora reitero que ela também destrói. Elvira é pura dualidade, um reflexo da condição humana.

Não foi à toa que começei a narrativa visual de Uma história pelo meio com uma página em branco. Li e reli o texto por inúmeras vezes. Me senti acuada, sem encontrar um caminho para ilustrar esse livro tão ousado.

Elvira, há tempos, deu um recado para quem ilustra ao afirmar que a imagem não deveria repetir o texto, mas reinventá-lo. Ela faz do ilustrador também um leitor, trata todos da mesma maneira: deposita em nós a confiança do esforço de interpretação, já que pensar dá trabalho. Ela dizia: “Hoje, um texto — os meus e os dos autores de que gosto — não se fecha, ele necessita da contribuição do leitor para existir.”. Sendo assim, a boa leitura é uma ação complementar.

A partir desse entendimento, como se ela me convidasse para entrar numa brincadeira de corda que já estivesse pulando, me preparei com os braços a postos, contei três vezes e entrei no ritmo da corda para pular junto com ela.

Elvira era mesmo mestra em nos fazer pensar.

[As frases desse artigo foram tiradas da entrevista dada em novembro de 2013, no Projeto Paiol Literário, promovido pelo Jornal Rascunho].

Livro: Uma história pelo meio
Texto: Elvira Vigna | Ilustração e projeto gráfico: Raquel Matsushita
Editora Positivo, 2018
Mais sobre o processo.

Catálogo de perdas no prêmio literário da BN 2018

Com imensa alegria, comemoramos o Prêmio Literário da Biblioteca Nacional 2018 para o livro Catálogo de perdas (Sesi-SP Editora), contos de João Carrascoza, fotos de Juliana Carrascoza e projeto gráfico de Raquel Matsushita, no terceiro lugar da categoria Projeto gráfico • Prêmio Aloísio Magalhães. VIVA!

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Os contos desse livro possuem um “personagem” em comum: a perda. São narrativas que se apropriam desse mote para contar uma história. Tomei essa ausência como conceito na criação do projeto gráfico. Saiba mais sobre o processo de criação.

O livro ganhou também em duas categorias (Projeto gráfico e Jovem) do prêmio FNLIJ 2018.

Veja a lista completa  do Prêmio Literário da Biblioteca Nacional 2018. Parabéns a todos os vencedores!

arte muda da fuga

Arte muda da fuga, livro de poesias com fotos, de Carlos Dala Stella (Editora Positivo), projeto gráfico da Entrelinha, será lançado nesse sábado, dia 10/11/18, na Livraria Arte & Letra, em Curitiba.

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O projeto visual da capa tem como base as formas geométricas utilizadas por Carlos Dala Stella em seu trabalho. Tendo como referência as obras abstratas do artista, foi criada uma imagem de recortes que, sobrepostos, criam novas imagens. Essa sobreposição de recortes dá a dica da imagem contida na primeira página do miolo, um retrato do artista.

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Pinóquio em versos

IMG_5383.JPGAventuras de Pinóquio (Panda Books) chega em capa dura e com a cebola fugitiva (aquela da incrível fuga da cebola, sabe?) a tiracolo. Acredite, se quiser.

Projeto gráfico da Entrelinha, texto em versos de Penélope Martins, desenhos de Alexandre Camanho, o livro é impresso em duas cores (pantones roxo e laranja) e possui acabamento de capa dura e lombada em tecido.

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LANÇAMENTO DIA 21/07/18 • LIVRARIA NOVESETE37061143_1802046653150809_4383720239666298880_o.jpg

 

gordinhas mais leves do que o ar…

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O livro Gordinhas, de Orlando Pedroso, com prefácio de Laerte e projeto gráfico da Entrelinha, chegou voando da gráfica!

São 150 desenhos das gordinhas mais charmosas do mundo, cada uma com uma persona(lidade) particular. O formato do livro é pequeno (14 x 14 cm) em capa dura almofadada. Ao pegá-lo, dá para sentir nas mãos, a fofurice do que está por vir.

A tipografia do título com as hastes bem finas – em oposição às imagens – acentua as características dos elementos. Dão também a sensação da leveza dos desenhos, emaranhados nas letras sem movê-las do lugar.

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O lançamento do livro será na próxima terça, dia 28/11, a partir das 19h30, no Bar Genial. Todos convidados!convite_gordinhas

o sol de Yamada

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O livro “O sol de põe na tinturaria Yamada”, escrito por Claudio Fragata e ilustrado por Raquel Matsushita (Editora Pulo do Gato) acaba de ser lançado. Projeto gráfico da Entrelinha Design.

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Um pouco sobre o processo da ilustração aqui.

Uma pequena entrevista aqui.

Um trecho por Claudio Fragata aqui.

Mais do livro no site da Entrelinha.

a volta do Design consciente

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O livro Fundamentos gráficos para um design consciente, de Raquel Matsushita (352 páginas, Musa Editora) chega ao mercado na sua 2ª reimpressão.

A obra aborda os cinco pilares fundamentais para a construção consciente do exercício do design gráfico:

  • 1. história do design gráfico
  • 2. tipografia
  • 3. as cores
  • 4. produção gráfica
  • 5. práticas profissionais

“Este é um livro que aborda não só conceitos básicos de design, mas muitas outras coisas em torno dele. Para mim, essas ‘outras’ coisas são a parte mais interessante do design de um objeto: seus limites, o ponto de contato entre ele e o que está em volta. Assim, os capítulos sobre cor, tipografia, produção gráfica e prática profissional são completos e instrumentais, mas há mais.”
Carlito Carvalhosa, do prefácio Afinal, livros eram vendidos sem capa.

“Design gráfico: dentro do território do design gráfico, utilizarei como referência, no que vem a seguir, a excelente obra de Matsushita.”
Lucia Santaella, no livro Leitura de imagens (Ed. Melhoramentos)

Aproveite a promoção no site da Entrelinha Design.

Mais sobre o livro: aqui.

design consciente na saraiva

O livro “Fundamentos gráficos para um design consciente”, de Raquel Matsushita (Editora Musa) está a R$ 10,00 (dez reais) no site da livraria Saraiva:

http://www.saraiva.com.br/fundamentos-graficos-para-um-design-consciente-col-biblioteca-aula-musa-design-vol-1-3530662.html

Vale a pena!

Saiba mais sobre o livro aqui.